Desde o nosso nascimento estamos em processo de construção do conhecimento, este processo tem início na família e é na escola que aperfeiçoamos os conhecimentos já adquiridos e adquirimos outros.
Segundo Liseane Silveira Camargo a escola é o primeiro ambiente que o ser humano tem um convivio social fora do ambiente familiar.
A escola por ser primeiro lugar de convívio social não deveria ser a principal responsável pela contrução do desenvolvimento moral de um ser humano, a família também tem seu papel. No entanto pela correria do dia-a-dia as famílias não vem desenvolvendo como deveria o seu papel, deixando assim a maior responsabilidade para a escola.
Sendo assim, nos primeiros dias de aula de uma turma de pré-escola, percebi a importância do papel da escola na formação moral de um indivíduo, pois nos primeiros dias de aula a maioria dos alunos não tem noção dos valores morais.
Uma situação que presenciei, foi de um aluno x que ao sair para brincar, pegou um brinquedo só para ele, não aceitando dividir com os colegas. Então o aluno y, que já freqüentava uma escola particular, foi e retirou o brinquedo da mão do colega e lhe deu um empurrão. O aluno x então foi de encontro ao colega y e lhe deu um soco nas costas.
Analisando esta situação em um primeiro momento poderíamos dizer que o aluno x é uma criança agressiva, tendo que receber um acompanhamento especial por este comportamento.
No entanto analisando melhor a situação podemos verificar que o aluno x por não ter convivido em um ambiente social, ainda não tenha conhecimento moral necessário, para respeitar os colegas, dividir os brinquedos... Neste sentido
“Cabe à escola empenhar-se na formação moral de seus alunos [...] Valores e regras são transmitidos pelo professores, pelos livros didáticos, pela organização institucional, pelas formas de avaliação, pelos comportamentos dos próprios alunos, e assim por diante (BRASIL, 1997, p. 51)
Os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes sociais e será durante a convivência diária, principalmente com o adulto, que ela irá construir seus valores, princípios e normas morais. Assim sendo, podemos concluir que esse processo requer tempo
Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição anomia - heterônoma, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral.
Podemos concluir que o aluno x por estar no estágio pré-operatório, que tem como característica o egocentrismo isto é, a criança ainda não se mostra capaz de colocar-se na perspectiva do outro, tenha se comportado daquela maneira. Então como menciona Jaqueline Picetti “Antes de tachar um situação como violenta entre as crianças, é preciso que se pense sobre o seu processo de desenvolvimento”.
2 comentários:
Oi Juci,
Tua postagem revela a apropriação teórica que fizeste de conceitos trabalhados ao longo do semestre. Tua reflexão teórico-prática destaca o conceito de moralidade, cuja construção se dá no ambiente familiar e escolar a partir do convívio com as pessoas.
Sabemos que o professor vivencia diferentes situações de conflito em sala de aula, por isso é fundamental que ele compreenda o processo de desenvolvimento moral da criança a fim de poder intervir adequadamente. Mas, além disso, é importante pensar sobre as regras que impomos aos alunos, buscando analisar em que medida elas possibilitam ao aluno a reflexão sobre suas atitudes e a interiorização dos limites. Ao punir e/ou agir com autoritarismo, muitas vezes, o que conseguimos é apenas conter o aluno por algum tempo e mais do conter o aluno é preciso fazê-lo refletir e, sobretudo, ajudá-lo a atribuir sentido às regras estabelecidas.
Parabéns pela tua reflexão! Beijos, Rô Leffa
Oi Rosângela,
Pois é, como vimos nos estudos da interdisciplina de Psicologia II, muitas situações avaliadas pelos docentes, são avaliações equivocadas e que muitas vezes as atitudes são conseqüência ou característica do estádio que se encontra a criança. E que ao invés de "punir" um aluno por um ato digamos desonesto, violento, devemos fazer com que ele reflita sobre os seus atos.
Abraços
Jucimara
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