A Interdisciplina de Questões Étnico-Raciais Na Educação: Sociologia E História nos propôs uma atividade de elaborar uma aula para trabalhar as Questões Étnico-Raciais Na Escola. Bem eu elaborei uma atividade sobre os índios, onde iríamos trabalhar com as brincadeiras que brincamos e que foram digamos inventadas pelos índios.
Iniciei minha prática numa roda de conversa com os alunos, conversamos sobre o que eles sabiam dos índios, muitas coisas foram faladas, mas a que mais me chamou a atenção foi à descrição de uma menina, “eles são muito maus”
Com estas palavras, tive que mudar um pouco meu planejamento e continuamos a conversa sobre as qualidades dos índios, pois “Cada povo indígena tem seu modo particular de viver, sustentado por uma cosmologia que apresenta traços que os assemelham, mas também os diferenciam da cosmologia ocidental moderna” (Petersen, p.2) com a intenção de mostrar que os índios não são maus.
Neste sentido refleti que nossa escola ainda não esta dando a devida importância para esta cultura, pois “Normalmente, quando a diversidade étnica é abordada na escola é mencionada a italiana, a alemã, a polonesa, ficando em segundo plano a portuguesa e com esta a açoriana, a africana e, sobretudo a indígena. Parece que nossas crianças, nossos jovens, nossos adultos não possuem ancestralidade indígena, tendo os cabelos lisos, a pele rosada, um jeito alegre e simples de ser e estar. (Petersen, p.3)
Após a conversa mostrei para os alunos as brincadeiras dos índios que hoje nos também brincamos. Eles acharam o máximo saber que as brincadeiras que eles adoram foram inventadas pelos índios.
Após confeccionar os brinquedos que iríamos utilizar para brincar como: bola de gude de barro, peteca com folhas de palha de milho, saímos para o pátio para brincar retornamos a sala de aula para finalizar as atividades.
Neste momento sentamos na roda novamente para fazer um balanço destas nossas duas aulas. Perguntei aos alunos sobre o que eles tinham aprendido, questionei sobre o que eles tinham me falado na primeira aula sobre os índios. Então a aluna que havia falado que os índios eram maus, falou “professora, agora eu sei que os índios não são maus, a professora mostrou que tem os índios que são bons, e tem também índios que são maus” então outro aluno falou “assim como na nossa cidade tem as pessoas boas e tem as pessoas ruins né?”.
Esta conversa com os alunos me fez ver que devemos trabalhar em sala de aula às diferenças entre os povos suas culturas, mostrando a diversidade étnico-racial.
No entanto devemos mostrar as diferenças entre os povos, que o povo indígena não é melhor nem pior que nos, e que devemos respeitá-los assim como queremos ser respeitados.
Um comentário:
Oi Juci,
Falas com propriedade acerca do quanto a aceitação da identidade cultural é fundamental para que os costumes, as crenças e os valores de determinada cultura sejam reafirmados e se fortaleçam. A cultura indígena tem uma importância ímpar na constituição de nossa cultura, de nosso país. É preciso que, na escola, as crianças aprendam mais do que 'pintar o rosto' e 'construir cocares' no dia do Índio...e como professores precisamos estar comprometidos com um ensino mais crítico e reflexivo. A aula que desenvolveste com os alunos e o espaço aberto ao diálogo que proporcionaste revelam que estás no caminho... É a partir de práticas como essa que os alunos aprenderão a lidar com a diferença, compreendendo-a como algo natural e enriquecedor.
Seguimos conversando!
Beijos, Rô Leffa
Postar um comentário